Hormônios sexuais e o risco de demência

O que a ciência revela sobre a saúde cerebral quando os hormônios caem?

A relação entre os hormônios sexuais e a saúde do cérebro se torna cada vez mais evidente com o passar dos anos, especialmente quando observamos os impactos do declínio hormonal no funcionamento cognitivo e no envelhecimento cerebral.


Um estudo recente publicado na revista Clinical Endocrinology (Oxford), com dados do UK Biobank (2025), analisou mais de 250 mil pessoas para entender como os níveis de testosterona total, testosterona livre e SHBG (a globulina ligadora de hormônios sexuais) influenciam o risco de demência e Doença de Alzheimer (DA) em homens e mulheres na pós-menopausa.

> Resultados do estudo:

A análise acompanhou 186.296 homens (idade média de 56,7 anos) e 126.109 mulheres pós-menopáusicas (idade média de 59,7 anos) por um período de 12 anos. Veja o que foi observado:

Dra. Carla Dantas | CRM - PE: 16.621



- Homens com níveis de testosterona no quintil superior apresentaram 37% menos risco de demência por todas as causas e 51% menos risco de Doença de Alzheimer.


- Assim como nas mulheres, níveis elevados de SHBG se associaram a um risco 47% maior de demência geral e 32% maior de DA.

Em homens

Em mulheres




- Níveis mais elevados de testosterona total e livre foram associados a menor risco de demência.


- Houve uma redução de 16% no risco de demência geral e de 24% no risco de Alzheimer.


- Níveis mais altos de SHBG estiveram ligados a maior risco de demência.

> O que isso significa?

Durante a menopausa, muitas mulheres relatam sintomas cognitivos como esquecimentos, lapsos de atenção e mente nublada. A queda dos estrogênios já é bem conhecida por estar relacionada a esses sintomas, mas esse estudo reforça que a testosterona também exerce papel protetor no cérebro feminino.

Nos homens, é comum que os hormônios só sejam lembrados quando há sintomas sexuais, ignorando a falta de disposição ou queixas cognitivas, que também podem estar relacionadas aos hormônios sexuais. Além disso, ainda há receio de que a testosterona prejudique o cérebro, mas o estudo mostra o oposto: níveis saudáveis de testosterona podem ser protetores.

Apesar do tabu, a ciência mostra que a reposição hormonal, quando feita com acompanhamento médico, pode trazer benefícios que vão além da libido e da performance sexual. Ela pode se tornar uma ferramenta de saúde preventiva, inclusive para a preservação das funções cognitivas.


No entanto, cada caso é único. O tratamento deve ser individualizado, considerando:

  • Exames laboratoriaiss

  • Sintomas clínicos

  • Histórico de saúde

  • Fase da vida do paciente

Este estudo não comprova uma relação de causa e efeito, mas reforça algo que é observado na prática clínica: os hormônios sexuais impactam diretamente o corpo, a mente e o processo de envelhecimento.

Se você está passando pela menopausa ou andropausa, ou se preocupa com a saúde do seu cérebro a longo prazo, avaliar seus níveis hormonais pode ser um passo importante para promover bem-estar físico e mental com qualidade de vida.

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